Monday, April 28, 2008

Folha de São Paulo CET interdita rua para reconstituição do caso Isabella

A CET (Companhia de Engenharia do Tráfego) interditou por volta da meia-noite deste domingo (27) a rua Santa Leocádia, na Vila Isolina Mazzei (zona norte de São Paulo), para a reconstituição da morte da menina Isabella Nordoni, 5, que acontece hoje.

Isabella foi jogada do sexto andar do edifício London no final da noite de 29 de março. A reconstituição está marcada para começar às 9h e pode se estender por até dez horas.

A partir das 7h do domingo o espaço aéreo ficará bloqueado em um raio de 1,5 km do prédio. Na noite de sexta-feira (25) a Aeronáutica emitiu o Notan (Notice to Airmen, aviso aos navegantes, em português) proibindo o vôo de helicópteros, balões e aviões das 7h às 22h.

Policiais civis e militares estão no local para controlar o acesso de pessoas. Só têm direito a circular na rua moradores e prestadores de serviço e seus respectivos veículos.

O esquema montado pela polícia prevê ainda bolsões para que as pessoas acompanhem o trabalho da perícia. Eles ficarão a 60 metros do ponto onde estará montada a área reservada aos jornalistas, um próximo à rua Mandaguari e à avenida General Ataliba Leonel.

A polícia cadastrou moradores para facilitar o acesso à rua e evitar que outras pessoas tenham acesso ao local. Caso as pessoas tentem furar o bloqueio, podem ser encaminhadas a delegacias de polícia da região e responder por desacato a autoridade.

Reconstituição
Os responsáveis pela investigação do caso consideram fundamental a reconstituição. Através dela, por exemplo, será possível confirmar a tese defendida pela Polícia Civil, a de homicídio praticado pelo pai da garota.

O fechamento do espaço aéreo é necessário, segundo a Polícia Civil, para não prejudicar a reconstituição dos fatos que resultaram na morte da garota, asfixiada e jogada do sexto andar do prédio enquanto passava o fim de semana com o pai, Alexandre Nardoni, e com a madrasta, Anna Carolina Jatobá-indiciados pela polícia por homicídio doloso (com intenção) com três agravantes: motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. O casal nega envolvimento no crime.

Nardoni e Jatobá não irão participar da encenação por recomendação dos advogados de defesa. Com isso, policiais civis com portes físicos parecidos com os do casal farão a reconstituição.

A expectativa é de que o inquérito que investiga as circunstâncias em que ocorreu a morte da garota seja concluído no prazo de 30 dias, que vencem na próxima terça-feira (29).

Apenas o edifício London e parte de um prédio vizinho serão utilizados na reconstituição. Fatos anteriores da chegada do casal ao estacionamento do edifício --entre eles compras em um hipermercado-- e a visita do casal à casa dos pais de Anna Carolina, em Guarulhos (Grande São Paulo), não serão refeitos.

A encenação começará dentro do estacionamento do prédio. Após a saída do estacionamento será utilizado um dos elevadores que levam ao sexto andar, onde está localizado o apartamento. Serão gravadas imagens da saída do elevador até a porta do apartamento, sala e quarto, principais cenas do crime. De lá, o elevador é novamente utilizado até o acesso ao jardim do prédio parte da rua defronte ao edifício.

Para simular a presença dos filhos do casal, serão utilizados bonecos, assim como foi feito pela Polícia Técnico-Científica para simular a morte de Isabella durante o recolhimento de materiais que resultaram nos laudos.
Em determinados momentos, nem mesmo os delegados responsáveis pelo caso estarão presentes devido ao exíguo espaço de alguns locais. A prioridade é para os peritos e equipamentos que eles utilizarão.


Folha de São Paulo Governador norte-americano confia em reativação de acordo humanitário na Colômbia

O governador do Estado americano do Novo México, Bill Richardson, se declarou "otimista" em relação à possibilidade de reativar as negociações para um acordo humanitário na Colômbia depois de se reunir em Caracas com o presidente venezuelano, Hugo Chávez.

Richardson, que manteve uma reunião de mais de hora e meia com o governante venezuelano, qualificou de "produtivo" e "positivo" o encontro, no qual estiveram presentes o embaixador dos EUA na Venezuela, Patrick Duddy, e o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro.

"Simplesmente estou otimista em relação a retomarmos as discussões sobre o acordo humanitário", disse durante sua saída do Palácio presidencial de Miraflores, onde aconteceu a reunião.

O governador do Partido Democrata, em breves declarações à imprensa, manifestou que Chávez tinha lhe dito que está "disposto a ajudar" para retomar o caminho do acordo.
Além disso, destacou que seu único interesse são os reféns seqüestrados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia): três americanos, a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e mais de 400 colombianos.

"Todos são reféns merecem estar livres", disse Richardson, que falou em espanhol e em inglês com a imprensa.

O governador do Novo México insistiu em que ele não era "um enviado do governo dos EUA", nem da OEA (Organização dos Estados Americanos), mas "um enviado dos familiares dos seqüestrados", e não só dos seqüestrados americanos.

Agradeceu a atenção do governo venezuelano, especialmente do chanceler Maduro, assim como a do embaixador americano, e afirmou que retorna aos EUA com o propósito de tentar ajudar na via do acordo que permita uma troca humanitária.

Richardson disse que se reuniu recentemente com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que, disse, "também está disposto a ajudar", e que falou com as autoridades francesas.

"O governo americano quer movimento em relação à libertação dos reféns", comentou o governador, que se declarou especialmente preocupado com a saúde de Ingrid Betancourt.

Richardson indicou que ia falar também com a senadora colombiana Piedad Córdoba, que, da mesma forma que Chávez, foi suspensa no mês de novembro do ano passado por Uribe em seu papel de mediadora para uma troca humanitária entre reféns e guerrilheiros presos.

O governador americano não deu detalhes sobre que tipo de ajuda poderia dar Chávez para reativar os contatos.

Em declarações horas antes, o presidente venezuelano tinha dito que não sabia se poderia ajudar na tarefa de alcançar os objetivos colocados por Richardson.

"Não sei se poderei continuar ajudando neste tema, porque para ajudar é preciso que as partes que estão no problema aceitem a ajuda", disse Chávez em referência ao veto de Bogotá para que desempenhe um papel mediador.

Os três americanos cuja liberdade é defendida por Richardson foram capturados pelas Farc quando o avião no qual efetuavam um rastreamento eletrônico nas selvas do sul da Colômbia caiu.

Em janeiro e fevereiro, a guerrilha colombiana libertou seis de seus reféns de forma unilateral e os entregou a Chávez em "desagravo" por ter sido afastado da mediação pelo presidente colombiano.

As já deterioradas relações entre Bogotá e Caracas sofreram um novo colapso em março, após o ataque militar colombiano contra um acampamento das Farc em território do Equador, no qual morreram 26 pessoas, entre elas o porta-voz da guerrilha, Raúl Reyes, um equatoriano e quatro universitários mexicanos.

A crise começou a ser solucionada após a cúpula do Grupo do Rio no mês passado em Santo Domingo, capital da República Dominicana, mas as Farc advertiram que não farão mais libertações unilaterais.

Além disso, reiteraram sua exigência a Uribe, que a rejeita, que desmilitarize os municípios de Pradera e Florida para negociar uma troca humanitária de 39 reféns --entre os quais estão os três americanos-- por cerca de 500 guerrilheiros presos.

A visita a Caracas do governador do Novo México acontece dias antes da já anunciada viagem do ministro de Exteriores francês, Bernard Kouchner, à Colômbia, Equador e Venezuela na próxima semana.

Kouchner abordará com seus interlocutores a "urgência de uma solução humanitária" que leve à libertação dos reféns das Farc, incluindo Ingrid Betancourt, após o fracasso da missão enviada pela França, Espanha e Suíça à Colômbia para tentar contato com a guerrilha


Folha de São Paulo Dois grupos reivindicam autoria de ataques durante desfile no Afeganistão

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, saiu ileso neste domingo de uma ataque, reivindicado tanto pelos talebans como por um grupo armado relacionado à Al Qaeda, e realizado quando começava o desfile de comemoração pela vitória mujahedin contra o Governo comunista apoiado pelos soviéticos.

Uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas no ataque --cujas características ainda não estão claras--, informou à Agência Efe o porta-voz do Ministério da Defesa, Zahir Azimi, que não disse quem foram as vítimas.

O porta-voz taleban Zabiullah Mujahid assegurou à Efe que seis insurgentes do grupo tinham atacado durante a cerimônia com rifles de assalto e que três deles morreram no tiroteio que se seguiu, enquanto os outros escaparam para um "lugar seguro".

Segundo Mujahid, os talebans lançaram seu ataque cerca de 30 metros do palanque no qual Karzai e outros dignatários presenciavam o grande desfile militar, que foi interrompido enquanto milhares de pessoas fugiam apavoradas.

A autoria do ataque também foi atribuída ao líder radical afegão Gulbudin Hekmatiar, um ex-mujahedin que agora está associado à rede terrorista Al Qaeda.

Um porta-voz de Hekmatiar disse à rede de televisão privada Tolo que seus homens tinham atacado durante a cerimônia com foguetes a partir de uma casa situada a cem metros de Karzai.

Pouco após ser retirado do local por seus guarda-costas, Karzai apareceu na televisão para confirmar que estava bem e anunciar que vários agressores tinham sido detidos.

O porta-voz da Defesa não pôde confirmar quantas pessoas foram detidas nem a que grupo insurgente pertencem.

O ataque aconteceu poucos minutos após começar a cerimônia de comemoração da vitória dos mujahedins afegãos contra o Governo comunista apoiado pela União Soviética, em 1992, e se confundiu com o som das salvas de canhão e o hino que era executado no momento.

As tropas soviéticas se retiraram do Afeganistão em fevereiro de 1989, após dez anos de ocupação e conflitos contra diferentes grupos de mujahedins, dos quais o de Hekmatiar foi o que mais ajuda externa recebeu.

Outros grupos de antigos mujahedins têm uma forte presença no Parlamento e no Governo de Karzai e a cada ano lembram com um desfile em Cabul sua vitória contra o comunismo.

Na década de 1990, os talebans se levantaram em armas contra o Governo dos mujahedins, após vários anos de uma sangrenta guerra civil entre as diferentes facções que tinham lutado contra a URSS, afundando o país no caos.


Folha de São Paulo Tiros obrigam Karzai a abandonar palanque durante desfile no Afeganistão

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, abandonou neste domingo (27) o palanque de onde presenciava um desfile militar após serem ouvidos tiros, segundo imagens divulgadas ao vivo pela televisão afegã.

Minutos após começar o desfile para comemorar a vitória dos mujahedins afegãos contra os ocupantes soviéticos, foram ouvidos alguns disparos, que forçaram a retirada de Karzai e outros membros do governo presentes no ato.

Pouco depois, o porta-voz taleban Zabiullah Mujahid assegurou à Efe que seis insurgentes tinham atacado a cerimônia.

Três deles morreram no tiroteio, enquanto os outros três conseguiram escapar para um "lugar seguro", descreveu o porta-voz, que não disse se os agressores causaram alguma baixa durante o ataque.

Os antigos mujahedins afegãos têm uma forte presença no Parlamento e no governo de Karzai e cada ano lembram com um desfile em Cabul sua vitória contra a União Soviética, que invadiu o país em 1979 e se retirou dez anos depois.

Na década de 1990, os talebans se levantaram em armas contra o governo dos mujahedins, após vários anos de guerra civil entre as diferentes facções que tinham lutado contra a URSS.


Folha de São Paulo Cidades que mais desmatam lideram crimes na Amazônia
Violência aparece em 39 das 50 cidades com maior índice de devastação na região
EDUARDO SCOLESE

Os municípios que mais desmatam na região amazônica são também os que mais registram trabalho escravo e violência no campo. O avanço da pecuária na área acompanha o ritmo da queda das árvores.
Essas relações foram detectadas pela Folha a partir do cruzamento de dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do Ministério do Trabalho e da CPT (Comissão Pastoral da Terra).

A reportagem teve acesso a levantamento do Inpe que identifica o total desmatado de agosto de 2004 a julho de 2007 em 601 cidades da Amazônia Legal (Estados do Norte, além de Mato Grosso e Maranhão).

No ranking dos 50 municípios que mais extraíram madeira no período, sendo 23 em Mato Grosso e 20 no Pará, a violência no campo aparece em 39 deles, com crimes ligados a conflitos fundiários e flagrantes de trabalhadores em situação análoga à escravidão.

Os municípios "top 50" do desmate acumularam a média de um assassinato entre 2004 e 2007, índice sete vezes acima do registrado na região amazônica (0,14), segundo a CPT.

Os campeões na derrubada de árvores também estão à frente nos flagrantes de trabalho escravo, ou seja, quando, além de ser submetido a situações degradantes, o trabalhador é impedido fisicamente de deixar a propriedade.

Entre 2004 e 2007, a média nesses 50 municípios foi de 109 trabalhadores resgatados pelo grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho. Na Amazônia, no mesmo intervalo, a média geral dos municípios foi de 16 pessoas flagradas nessas condições.

Gigante
No topo da lista do desmate está o gigante paraense São Félix do Xingu, município com área equivalente à soma dos Estados de Alagoas e do Rio Grande do Norte (84,2 mil km2).

Nele, em três anos, foram devastados 2.812 km2, com quatro assassinatos e 291 trabalhadores resgatados.

"Onde tem desmatamento ilegal, onde tem grilagem de terra, tem madeireiras e tem morte. A vinculação é realmente essa", afirma Ailson Machado, assessor de mediação de conflitos agrários da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência.

"O trabalho escravo vem junto, porque eles [proprietários ou grileiros] usam essas pessoas, a maioria delas migrantes, para abrir a mata. Quando termina o desmate, ou elas ficam expostas à violência, sem trabalho, ou são levadas para outras áreas para serem exploradas", completa.

O avanço do desmatamento na Amazônia também coincide com o crescimento da pecuária. Entre os 50 municípios da região que, segundo dados do IBGE, mais avançaram na quantidade de cabeças de gado entre 2003 e 2006, 29 deles também integram os top 50 na derrubada da floresta.

Colniza (MT) é um exemplo. No extremo noroeste do Estado, na divisa com Amazonas e Rondônia, a cidade aparece em quarto no ranking do desmate, com 982 km2 derrubados, 115,9 mil novas cabeças de gado e dois assassinatos, em três anos.

No mesmo intervalo, Confresa, município no nordeste mato-grossense, seguiu uma linha semelhante, com 270 km2 de desmate, 114,6 mil novas cabeças de gado e 1.013 trabalhadores flagrados em situação análoga à escravidão. "A gente lamenta, mas tem pessoas que ainda estão fazendo isso. Se aproveitarem as áreas já abertas, não precisam desmatar", diz o pecuarista Nerci Wagner, presidente do sindicato rural de Confresa.

Entre os top 50 do desmatamento, houve um crescimento médio de 90,9 mil cabeças de gado, contra 15,7 mil em toda a região amazônica, uma diferença de 579%.

Valor da floresta
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o que acontece é que o desmate é uma resposta ao que classifica de baixo valor econômico da floresta. A entidade rejeita a relação entre a violência no campo e a atividade econômica.

José Batista Afonso, advogado da CPT do Pará e integrante da coordenação nacional do braço agrário da Igreja Católica, afirma que a relação entre o desmatamento e a violência no campo não é coincidência.

"Não existe coincidência, e sim uma relação. Na Amazônia, especialmente no Pará, a atividade da pecuária sempre foi a campeã na utilização de mão-de-obra do trabalho escravo. E, se existe expansão da pecuária, há também a expansão da área de desmatamento", declara Afonso, advogado da CPT.


Jornal de Brasília Conferência Nacional reunirá 2 mil jovens em Brasília a partir de amanhã

Dois mil jovens de todo o país estarão em Brasília amanhã (27) para participar da 1ª Conferência Nacional da Juventude. O evento se estenderá até o dia 30. Eles apresentaram cerca de 4,5 mil propostas discutidas em conferências estaduais, realizadas em fevereiro e março.

As propostas foram divididas em 16 áreas: educação, trabalho, cultura, saúde e sexualidade, participação política, meio ambiente, segurança e direitos humanos, diversidade e políticas afirmativas, esporte e lazer, fortalecimento institucional da política da juventude, mídia e tecnologia da informação, drogas, cidades, família, campo, povos e comunidades tradicionais.
De acordo com o coordenador do evento, Danilo Moreira, as propostas, agora resumidas em 548, servirão de plataforma para a política nacional da juventude. A plenária final escolherá 21 prioridades.

“Ela [a resolução final que sairá do evento] terá uma força muito grande porque foi fruto de um debate intenso em várias etapas preparatórias e passará a ser um instrumento para a ação do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), e dos governos federal, estaduais e municipais”, avaliou.

Além das conferências estaduais, ocorreram também conferências livres em presídios, aldeias indígenas, organizações desportivas e em unidades de internação de menores. “As propostas encaminhadas por essas conferências livres ajudaram muito na qualificação do material. Isso é um ganho enorme, esses jovens puderam debater e interferir nessas políticas”, disse o coordenador da conferência.

Ele acredita que as 21 prioridades podem servir de subsídio para programas eleitorais de candidatos das próximas eleições municipais e até mesmo reorientar alguma ação do governo federal que envolva a juventude. “As decisões podem inclusive pressionar positivamente votações na Câmara que dizem respeito à juventude e servirem como referência para os próprios movimentos juvenis se organizarem em torno dessas bandeiras ”, previu.

Para a vice-presidente do Conjuve e integrante da Organização Não-Governamental (ONG) Ação Educativa, Maria Virgínia Freitas, a conferência terá o papel de fazer um levantamento das demandas dos jovens. “O nosso principal é objetivo é justamente a priorização desse cojunto de propostas. Então veremos como o governo responderá a isso e, daqui a dois anos, vamos conferir o que foi feito”, explicou.


Jornal de Brasília Tropas colombianas são atacadas pelas Farc a partir de território equatoriano

Tropas colombianas foram atacadas a partir de território equatoriano com cilindros-bomba, que feriram um soldado, segundo denúncias de fontes militares em Bogotá e no departamento sulista de Putumayo.

O ataque teria sido feito por supostos rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e foi registrado na localidade equatoriana de Pueblo Nuevo em direção à região colombiana de Teteyé, segundo as fontes.

As tropas colombianas foram atacadas quando prestavam assistência a um grupo de engenheiros em atividades de prospecção petrolífera, em um ponto da selva do departamento (estado) de Putumayo, a cerca de 700 quilômetros ao sudoeste de Bogotá.

O general Mario Montoya, comandante do Exército colombiano, em Bogotá, e o também geral Octavio Ardila, da IV Divisão militar, de Putumayo, denunciaram a ação contra as tropas na zona de fronteira.

Os soldados atacados foram atingidos por vários dos cilindros-bomba, repletos de estilhaços e três dos artefatos que não explodiram ficaram em poder das tropas, observou o general Ardila.

Nessa região limítrofe com o Equador atuam guerrilheiros da frente 48 das Farc.

O general Montoya informou que a ação foi comunicada à Chancelaria, para que, por sua vez, seja transmitida às autoridades e às Forças Militares equatorianas.

"Esperamos que esta situação não continue. É delicado para tropas colombianas e para as companhias que exploram petróleo nessa região", disse o general Montoya.

Um informante, desmobilizado das Farc revelou hoje ao canal "RCN" de televisão, que essa guerrilha, "do Equador", planeja e lança ataques a tropas colombianas que se encontram perto da divisa entre os dois países

No dia 1º de março tropas colombianas realizaram uma incursão militar contra um acampamento das Farc em território equatoriano, situado a menos de dois quilômetros da fronteira, durante o qual morreram 26 pessoas, entre elas "Raúl Reyes", porta-voz internacional da organização.

Dois dias depois da operação, o presidente do Equador, Rafael Correa, rompeu relações diplomáticas com a Colômbia.



O Estado de São Paulo Austrália vai retirar 200 soldados do Timor-Leste
O país comanda a Força Internacional de Segurança, solicitada para sufocar a violência

SYDNEY - O primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, disse este fim de semana que a situação noTimor-Leste, após as tentativas de assassinato do presidente e do primeiro-ministro do país, José Ramos Horta e Xanana Gusmão, respectivamente, voltou à normalidade e anunciou a retirada de 200 soldados, para deixar ali uma tropa de 750 militares.

"O primeiro-ministro Gusmão me escreveu respaldando a decisão. Agradeceu à Austrália sua assistência após os ataques", detalhou o trabalhista Rudd.

O dirigente australiano reiterou o compromisso de seu país com o Governo timorense e com a ONU para ajudar a jovem nação a manter a segurança e a enfrentar outros desafios.

A Austrália comanda a Força Internacional de Segurança, na qual participam Malásia, Nova Zelândia e Portugal, que o Timor-Leste solicitou em maio de 2006 para sufocar a espiral de violência que ameaçava desembocar em uma guerra civil.

Desde então, a força internacional permanece no país e a ONU retornou a essa antigo colônia portuguesa para ajudar as autoridades Nacionais.


O Estado de São Paulo Separatistas tâmeis atacam instalações militares cingalesas
O bombardeio tâmil segue a outro lançado no sábado pelo Exército contra posições de artilharia da guerrilha

NOVA DÉLHI - Os rebeldes separatistas tâmeis lançaram esta madrugada um ataque aéreo contra instalações do Exército do Sri Lanka, informou neste domingo uma fonte militar, que disse que o bombardeio não causou nenhum dano.

A aviação tâmil lançou três bombas contra posições do Exército em Welioya, no nordeste da ilha, "sem causar dano ao Exército", assegurou o Ministério da Defesa em comunicado.
A site "Tamilnet" informou que esta é a segunda vez desde outubro de 2007 em que os rebeldes lançam um ataque combinado por terra e ar contra o Exército cingalês.

O bombardeio tâmil segue a outro lançado no sábado pelo Exército contra posições de artilharia da guerrilha também em Welioya, em uma semana que registrou fortes combates no norte do país nos quais morreram uma centena de rebeldes tâmeis e 43 soldados, segundo a Defesa, que também informou do desaparecimento de 33 militares.

Outros 64 civis faleceram na explosão de uma bomba em um ônibus da cidade de Piliyandala, cerca de 15 quilômetros ao sul de Colombo, capital do país, em um atentado pelo qual oito pessoas foram interrogadas, segundo a Polícia.


O Estado de São Paulo O site dos EUA que sentiu o terremoto de SP
Segundos após o tremor, agência USGS já trazia informações sobre intensidade e epicentro
Célia Almudena

Enquanto milhares de paulistanos se assustavam na terça-feira com o terremoto de 5,2 graus na escala Richter, cientistas da Sociedade Geológica dos Estados Unidos (USGS, sigla em inglês) já reuniam informações sobre o evento. Qualquer catástrofe natural que aconteça no local mais remoto do planeta é logo destrinchada no site da entidade para internautas leigos. E, não por acaso, a USGS é chamada de "agência do fim do mundo".

O terremoto que atingiu quatro Estados brasileiros na semana passada acendeu a luz vermelha. A falta de informações fermentou a sensação de agonia. Não para algumas centenas de internautas, que logo desembocaram no site www.usgs.gov. Lá, segundos após o evento, já havia informações sobre intensidade, localização do epicentro (a 218 km de São Vicente) e profundidade do terremoto.

O pior terremoto do País nos últimos anos mostrou que não estamos preparados para desastres naturais. No dia seguinte ao abalo, uma reunião em Brasília discutiu a criação de uma rede nacional sismográfica. O chefe do Departamento de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Barros, apresentou aos assessores do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência o projeto de uma rede de 40 estações de monitoramento. "Hoje, é difícil registrar os sismos pequenos. As estações que existem estão distribuídas de maneira disforme e os instrumentos, ultrapassados", explicou Barros.

A USGS não enfrenta essa dificuldade. Uma das muitas entidades vinculadas à Agência Federal para o Gerenciamento de Emergências (Fema) do governo americano, ela foi fundada em 1879. É uma agência científica que estuda paisagens e territórios, principalmente dos Estados Unidos. Sua abordagem multidisciplinar reúne biologia, geografia, geologia, além de informações geoespaciais e oceanográficas.

A USGS acredita que a ciência é a melhor forma de manter a população preparada para adversidades, além de sustentar a economia, a segurança nacional, a qualidade de vida e o meio ambiente. Assim, seu site traz em linguagem simplificada tópicos científicos de importância, como análises geoespaciais e recursos naturais, sem esquecer de temas atuais, como aquecimento global e queimadas. Além de registros históricos muito interessantes. Com alguns cliques, o internauta que domina o inglês descobre que o terremoto mais mortífero registrado no mundo aconteceu em 23 de janeiro de 1556, na China. Com cerca de 8 graus na escala Richter (num máximo de 9), deixou 830 mil mortos.

GRÁFICOS
Também é possível entender, por meio de gráficos didáticos, como o terremoto de 26 de dezembro de 2004 em Sumatra deu origem ao tsunami que afetou 14 países no sul da Ásia e leste da África. Ou navegar para páginas de parceiros, como o Instituto Smithsonian, e encontrar fotos e informações dos terremotos históricos desde 1900.

A importância de acompanhar as mudanças climáticas ganha espaço por causa do aquecimento global. Recentemente, a ONU alertou que prejuízos causados por condições extremas do clima podem ultrapassar US$ 1 trilhão em um único ano até 2040

Friday, April 25, 2008

Correio Braziliense PADRE DESAPARECIDO
Buscas são encerradas

A Marinha e a Aeronáutica encerraram ontem as buscas pelo padre Aderli de Carli, que desapareceu no domingo quando voava auxiliado por mil balões enchidos a gás hélio. O prazo normalmente seguido de 72 horas foi encerrado às 21 horas de quarta-feira, mas a Marinha manteve as buscas com navios e com o helicóptero até o fim da manhã desta quinta. Nenhum sinal do padre foi encontrado nas últimas horas. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) já encerrara as buscas na noite de quarta-feira. De acordo com o comandante do grupo de radiopatrulha área da Polícia Militar de Santa Catarina, Nelson Henrique Coelho, as chances de encontrar o padre Aderli de Carli com vida são quase impossíveis.

Correio Braziliense PARAGUAI
Alencar reclama de reajuste
Para o vice de Lula, Brasil “fez tudo” na hidrelétrica de Itaipu e sua solidariedade tem limite. Presidente da Empresa de Pesquisa Energética diz que país vizinho colaborou “apenas com a água”

O vice-presidente, José Alencar, e autoridades brasileiras do setor energético alertaram o governo sobre os riscos de um reajuste exagerado na tarifa paga ao Paraguai pela energia gerada em Itaipu. Alencar disse que o Brasil tem sido “generoso” com os vizinhos da América do Sul, mas esse “espírito de solidariedade tem limite”. Já o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, foi bem mais crítico às pretensões paraguaias. Indagado sobre a validade do pleito de Assunção, ele disparou: “É importante entender que, no fundo, nesse processo todo, o Paraguai entrou apenas com a água e que metade do rio (Paraná) é do Paraguai e metade é do Brasil”.

Alencar manifestou discordância com o aumento tarifário proposto por Fernando Lugo, ex-bispo que conquistou a presidência paraguaia na eleição do último domingo. Segundo ele, o Brasil “fez tudo” na usina. “Foi o Brasil que colocou os recursos que deveriam ser colocados pelo Paraguai. Então, a empresa nasceu com a ajuda do Brasil ao Paraguai, nasceu com a ajuda tecnológica do Brasil, com o know-how do Brasil em matéria de hidrelétricas”, afirmou. “O Brasil não está fazendo isso subservientemente. Está dando todo esse apoio ao Paraguai, à Bolívia, a esses países da América do Sul tendo em vista suas condições em relação às condições deles. Há um espírito de solidariedade. Agora, isso, obviamente, tem limite”, acrescentou o vice-presidente.

Tolmasquim, que participou ontem de uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, argumentou que Itaipu custou US$ 12 bilhões, e o Paraguai participou apenas com US$ 50 milhões. O restante, de acordo com ele, foi financiado pelo Brasil, que teve de levantar capital emprestado nos mercados interno e externo. “O Paraguai ganhou um empreendimento que hoje vale cerca de US$ 60 bilhões. Então, metade do empreendimento equivale a algumas vezes o PIB do Paraguai, sendo que a contribuição dele para o processo foi o fato de estar na fronteira com o Brasil”, assinalou.

O Brasil utiliza hoje 95% da energia de Itaipu. Os 5% restantes ficam com o Paraguai. O Tratado de Itaipu, firmado em 1973, estabelece que cada país tem direito a metade da energia produzida. Porém, os paraguaios não utilizam grande parte de sua parcela e vendem o excedente aos brasileiros, que pagam US$ 45,31 por MW/h, dos quais pouco mais de US$ 42 vão para a amortização de dívidas. O restante fica com o governo paraguaio, em recursos que rendem pouco mais de US$ 300 milhões por ano. Lugo, que toma posse em 15 de agosto, anunciou que o “preço justo” seria o de mercado, equivalente a US$ 1,5 bilhão anuais, pelo menos.

O presidente da estatal Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, garantiu ontem que as negociações com Lugo não afetarão os acionistas minoritários da empresa. Ele citou até a possibilidade de que recursos do Tesouro Nacional sejam liberados para evitar possíveis prejuízos à Eletrobrás. “Nenhuma solução será adotada de forma a criar problema para o acionista privado, para quem investiu os seus recursos lá (na Bolsa). Se houver alguma coisa que afete a organização (Eletrobrás), teremos de resolver no nível do governo”, declarou Muniz Lopes, no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.

Entre a fé e o poder
O presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, recebeu ontem o representante do Vaticano em Assunção, o núncio apostólico Orlando Antonini (E), que lhe entregou um presente do papa Bento XVI, mas evitou se pronunciar sobre o dilema imposto pela vitória do ex-bispo: a Igreja Católica se opõe aos clérigos que assumem cargos políticos. “O Vaticano tem uma posição sobre o caso de Fernando Lugo e a divulgará brevemente por meio de um comunicado”, disse o diplomata depois do encontro. O futuro presidente reconheceu que, para a Santa Sé, é “um bispo rebelde”, mas quer “continuar pertencendo a essa Igreja”.


Correio Braziliense CRISE DIPLOMÁTICA
Colômbia protesta contra o Equador

O chanceler colombiano, Fernando Araújo, antecipou ontem que seu país prepara uma nota de protesto contra o presidente do Equador, Rafael Correa, por declarações feitas na véspera sobre possível reconhecimento político das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Correa, que rompeu relações com o país vizinho em 3 de março, depois que militares colombianos bombardearam um acampamento das Farc em território equatoriano, disse ainda que o colega Álvaro Uribe é “o último a querer a paz” com a guerrilha.

“As Farc estimulam a produção de drogas na Colômbia e violam as leis equatorianas negociando cocaína por lá. Tudo que façamos para derrotar esses terroristas ajudará imensamente ao Equador”, respondeu Uribe. “Um governo democrático, como o do Equador, não pode parecer interessado em dar o status de força beligerante a um grupo terrorista — isso não podemos aceitar”, reforçou Fernand Araújo. O ministro lembrou que a crise entre os dois países foi tratada em reunião de chanceleres na Organização dos Estados Americanos (OEA), quando ambas as partes se comprometeram a evitar pronunciamentos que pudessem agravar as tensões políticas. Por isso, o protesto será encaminhado também à OEA, para caracterizar o descumprimento do acordo por parte de Quito.

Falando à emissora (estatal) de TV venezuelana VenTV, Correa se dirigiu ao comando das Farc e pediu à guerrilha colombiana que “liberte incondicionalmente todos os reféns em seu poder e acate as convenções de Genebra (sobre crimes de guerra) para que seja reconhecida como força beligerante e se torne um interlocutor válido”. O presidente equatoriano, porém, atacou o colega colombiano, cuja popularidade atingiu a marca recorde de 84% após o rompimento — em boa parte, porque o ataque ao acampamento rebelde matou o segundo homem na hierarquia das Farc, Raúl Reyes.

“O melhor negócio para o governo de Uribe é essa guerra. A última pessoa que quer a paz com as Farc é Álvaro Uribe”, provocou Correa, tido como aliado do presidente venezuelano, Hugo Chávez, por sua vez acusado de apoiar as Farc — a quem o Parlamento de Caracas concedeu no mês passado o status de “força beligerante”. De acordo com o direito internacional, esse reconhecimento político permite que a guerrilha colombiana mantenha escritórios e representantes públicos na Venezuela, embora seja classificada como organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Européia.

A chancelaria equatoriana respondeu às queixas alegando que teriam sido publicadas “versões distorcidas” do pronunciamento de Rafael Correa. Segundo nota, as declarações do presidente “reiteram a política do Equador de rechaçar a presença desse grupo armado irregular (as Farc) em território equatoriano e censurar as práticas atentatórias ao direito humanitário internacional, assim como o apoio ilegal ao narcotráfico”.

FARC EM RONDÔNIA
A suposta interferência das Farc em disputas agrárias no Brasil foi denunciada ontem na Câmara dos Deputados pelo secretário de Segurança de Rondônia, Cezar Pizzano. Em sessão da Comissão de Agricultura, Pizzano afirmou que a guerrilha colombiana estaria dando treinamento militar à Liga dos Camponeses Pobres (LCP), movimento de origens maoístas que teria surgido em Minas Gerais e se expandido para Rondônia e o Pará.


Folha de São Paulo Lula aprova redução de fusos horários em 3 Estados
A mudança tem 60 dias para entrar em vigor e atingirá cidades do AC, AM e PA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem, sem vetos, a lei que reduz de quatro para três o número de fusos horários usados no Brasil. A mudança, que tem prazo de 60 dias para entrar em vigor, atingirá municípios nos Estados do Acre, Amazonas e Pará e será publicada no "Diário Oficial" da União de hoje.

Dentro desse prazo, os 22 municípios do Acre ficarão com diferença de uma hora em relação a Brasília -hoje são duas horas a menos. Municípios da parte oeste do Amazonas, na divisa com o Acre, sofrerão a mesma mudança, o que igualará o fuso dos Estados do Acre e do Amazonas.

A mudança na lei também fará com que o Pará, que atualmente tem dois fusos horários, passe a ter apenas um. Os relógios da parte oeste do Estado serão adiantados em mais uma hora, fazendo com que todo o Pará fique com o mesmo horário de Brasília.

O projeto, de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), foi aprovado no Senado em 2007. Ao tramitar na Câmara, foi alvo de pressão de emissoras de televisão. O lobby foi por conta da entrada em vigor de portaria do Ministério da Justiça que determinou a exibição do horário de programas obedecendo à classificação indicativa.

Parlamentares da região Norte ainda pressionam o governo em virtude das regras da classificação indicativa.

Ela determina que certos programas não indicados para menores de 14 anos, por exemplo, não possam ser exibidos em todo o território nacional no mesmo horário, já que existem diferenças de fuso.


Folha de São Paulo Onda de 3 m invade barco e provoca pânico no Rio
Houve feridos leves; acidente foi na travessia Niterói-Rio
MALU TOLEDO

Uma onda com cerca de três metros invadiu um catamarã na baía de Guanabara, durante travessia de Niterói para o Rio, e provocou pânico nos cerca de 200 passageiros, ontem pela manhã. Ao menos 12 precisaram de atendimento médico.

A porta dianteira do barco foi arrombada pela água, que invadiu a cabine dos passageiros.

A ressaca, que desde quarta-feira castiga a orla do Rio, ontem provocou ondas grandes dentro da baía -habitualmente as águas são quase paradas.

O mar estava tão agitado que a Capitania dos Portos precisou fechar o trânsito marítimo na baía por quatro horas. A linha Charitas-Rio, atendida pelo catamarã, continuava suspensa até a conclusão desta edição.

O catamarã é um barco de pequeno porte que costuma ser usado como meio de transporte por moradores.

Os institutos de meteorologia descartam ligação entre a forte ressaca na orla carioca e os tremores de terça-feira.

O catamarã, com capacidade para 237 pessoas, saiu à 7h45 de Charitas, na zona sul de Niterói, e cerca de dez minutos depois começou a enfrentar ondas com cerca de um metro, na altura da ponta do Morcego, em Niterói. A embarcação teve de diminuir a velocidade e chegou a desligar o motor duas vezes. Uma onda de três metros atingiu a frente da embarcação e rompeu uma porta de alumínio. As pessoas que estavam sentadas na frente ficaram encharcadas e algumas tiveram ferimentos leves. O chão da embarcação ficou alagado.

O comandante do barco, Joel Moura, disse que nunca tinha enfrentado ondas tão grandes naquele trajeto.

Doze pessoas foram atendidas, entre elas duas mulheres grávidas, que foram liberadas, segundo a empresa que administra as barcas. Até a conclusão desta edição, três pessoas permaneciam em observação no hospital municipal Souza Aguiar, no centro.
A estudante Tatiana Passos Ribeiro, 20, que sempre vai para o Rio de barca, ligou para a mãe assim que viu a água invadindo o catamarã. Ela contou que ficou mais nervosa com a reação das pessoas, muitas delas idosas, que entraram em pânico, chorando e rezando.

Segundo ela, os tripulantes deixaram as pessoas ainda mais assustadas porque gritaram para elas não saírem dos lugares.
Ela ligou para a mãe, a médica Eliane Ribeiro, que pegaria a barca das 8h. Aflita, a médica "acompanhou" a filha até a estudante desembarcar no Rio.

Causas da ressaca
Uma frente fria no oceano Atlântico, na altura do Rio Grande do Sul, teria provocado a ressaca no litoral fluminense, segundo análises do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), da Marinha e do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília.

Eva Matschinske, do serviço de meteorologia da Marinha, apontou três fatores para o aumento da maré: o deslocamento da frente fria para o litoral, um vento sudoeste na mesma direção do litoral e a fase da lua -quarto crescente.
Segundo ela, a tendência é que a maré diminua a partir de hoje, porque o vento já se deslocou para o litoral norte do Rio.


Folha de São Paulo Família de padre aluga avião para buscas
Irmão afirma ter certeza que o religioso está vivo; trabalhos da Marinha prosseguem somente até hoje
DIMITRI DO VALLE

A família do padre Adelir Antônio de Carli alugou um avião bimotor para reforçar as buscas pelo religioso, desaparecido desde domingo no litoral de Santa Catarina, após levantar vôo preso a cerca de mil balões de festa com gás hélio.

A aeronave saiu ontem de Navegantes (SC) e começou a vistoriar a costa desde o litoral norte catarinense, onde o padre fez os últimos contatos por celular antes de cair no mar.

A Marinha informou que os trabalhos prosseguem somente até hoje. Haverá então uma análise do caso para verificar a possibilidade de continuidade das buscas. As primeiras 72 horas após o desaparecimento, que venceram anteontem, foram o período considerado de maior chance de localização.

Um avião da FAB se retirou ontem das operações. De acordo com o 5º Distrito Naval, comandantes das duas Forças Armadas decidiram que a estrutura da Marinha é suficiente. O avião da FAB, segundo a Marinha, fez todas as varreduras possíveis do mar a partir de tetos mais elevados.

O bimotor fretado pela família de Carli tem autonomia para incursões de até 100 milhas náuticas (185 quilômetros). "Temos certeza que ele está vivo. Por isso, alugamos o avião", disse o irmão do padre, Marcos de Carli. Ele pediu que a população não pare de rezar.

Carli levantou vôo para tentar quebrar um recorde mundial de permanência no ar e divulgar o trabalho da Pastoral Rodoviária, fundada por ele em Paranaguá (90 km de Curitiba) para apoiar caminhoneiros.

Buscas
As buscas se estenderam ontem mais ao sul do litoral catarinense e devem chegar à cidade portuária de Imbituba (104 km a sul de Florianópolis). A Marinha se baseia na direção dos ventos e das correntes marítimas. Há dois navios e um helicóptero na operação.

Outra frente de buscas está sendo feita pelo Corpo de Bombeiros em regiões de morros e de mata fechada de Penha (127 km a norte de Florianópolis).

O bispo de Paranaguá, dom João Alves dos Santos, disse que um fiel próximo ao padre teve um "sentimento" de que o religioso esteja perdido em uma área de mata na região de Penha, onde foram localizados, boiando perto da costa, os primeiros restos de balões.


Jornal do Brasil Niterói também sofre. Na Urca, barco afunda

A ressaca incomum para esta época do ano pegou de surpresa proprietários que ancoram seus barcos na Urca. Um deles chegou a adernar. O estrago só não foi maior porque, por volta das 6h, funcionários do Iate Clube do Rio de Janeiro manobraram os barcos para dentro da baía. Os que estavam mais perto do cais, chegaram a cair do berço (armação de madeira onde se assenta um barco) e três deles tiveram seus mastros quebrados.

– Não temos uma ressaca como esta há cinco anos e, pela primeira vez, ocorre em abril – observa Alberico de Arruda, superintendente do Iate Clube. – A ressaca foi tão forte que uma das lanchas chacoalhava como uma caixa de fósforo.

Um dos píeres do clube foi danificado e ontem mesmo o representante da seguradora fez uma vistoria para calcular o prejuízo.

– Temos 750 barcos aqui. Por sorte, poucos estão ancorados já que a maioria aproveitou o feriadão e viajou. Muitos estão em Angra dos Reis – contou Arruda.

Transtornos em Niterói
Os efeitos da ressaca também foram sentidos nas ruas de Niterói. Os bairros de São Francisco, Charitas e Boa Viagem, que cercam a orla da bacia hidrográfica, foram os mais afetados. Na Praia das Flechas, a areia invadiu uma faixa de rolamento, entre os bairros do Ingá e Icaraí, impedindo o trânsito de pedestres e veículos.

A Avenida Engenheiro Martins Romêo, que dá acesso ao Museu de Arte Contemporânea (MAC), no bairro de Boa Viagem, ficou interditada em direção a Icaraí, obrigando os motoristas a circularem pelo Ingá e aumentando os congestionamentos no bairro. Durante todo o dia, cerca de 30 homens da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) retiraram 12 metros cúbicos

Jornal do Brasil Dia de fúria no mar e medo em terra firme
Ressaca afunda barco, atinge catamarã e fere 20
Janaína LinharesCarolina Bellei

Em vez de banhistas, curiosos. No lugar de corpos bronzeados, apreensão. Apesar do céu azul e do sol forte, a paisagem do Rio ontem foi atípica. Mudanças climáticas provocadas por um ciclone extratropical com origem no litoral do Rio Grande do Sul provocaram uma forte ressaca, que deixou o mar com ondas de mais de cinco metros em várias partes da cidade. O fenômeno ainda pôde ser sentido na Baía de Guanabara, onde uma onda atingiu um catamarã e deixou 20 feridos e afundou um barco na Urca. Muitos se assustaram com o que viam e houve quem fizesse ligação com o tremor de terra no Oceano, que sacudiu São Paulo na terça-feira.

– Nunca vi o mar tão bravo. Pensei que íamos ser engolidos – disse a estudante Luiza Salles.

Em trechos da Zona Sul, a água e a areia invadiram o calçadão. O repórter-aéreo da Rádio JB-FM, Carlos Eduardo Cardoso, que estará nas páginas do JB sempre que preciso, deu o seu relato depois de sobrevoar o Leblon.

– Quando vi o recuo do mar e a grande faixa de areia no Leblon, lembrei logo do que aconteceu na Indonésia antes da tsunami – disse ele, relembrando o acidente que vitimou mais de 200 mil pessoas em dezembro de 2004.

No Flamengo, ondas arrastaram pedras para perto de um restaurante e, em Copacabana, um turista estrangeiro quase se afogou. Niterói também sofreu com o mar revolto. Na Praia de Icaraí as ondas alcançaram o calçadão e as casas na beira das praias das Flechas e Boa Viagem chegaram a ser invadidas pela água.

– Ventou forte durante a noite e pela manhã, vi que a água havia atingido os carros – descreveu o compositor Daniel Pereira.
Colaborou Mariana Abrahão



Jornal do Brasil COLUNA
Vitória de Jobim
Gilberto Amaral


Foi uma vitória da persistência e da persuasão, que deve ser creditada ao ministro da Defesa, Nelson Jobim (foto), o aumento do soldo dos militares, numa média percentual de 47%, variando do recorde histórico de 137,8% para os recrutas e 35,5% para os generais.

Empenhado em reequilibrar o soldo dos militares, defasado durante vários governos, o ministro Jobim teve os esforços recompensados com o decreto presidencial. A tropa, em continência, agradece.



O Dia Abalo submarino pode ter ‘sacudido’ marés
Tremor de 6,5 graus foi registrado pela UnB horas antes da megarressaca

Rio - A agitação dos mares no litoral fluminense pode ser explicada até por fenômenos sísmicos. Especialistas em tectônica dos oceanos ouvidos por O DIA afirmam que o tremor de 5,2 graus na escala Richter (que vai até 9) registrado terça-feira no litoral de São Paulo — e sentido no Rio — não tem relação com a ressaca, mas um terremoto subseqüente poderia ter movimentado os mares do Rio. “Existe uma possibilidade de um tremor de terra posterior ao de São Paulo ter provocado o fenômeno. Ele pode ter ocasionado um movimento no fundo do oceano, no sentido vertical, com deslocamento de rocha”, afirma o oceanógrafo da Uerj Vitor D’ávila.

Segundo o Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB), ontem, por volta das 4h, um terremoto foi registrado no Norte do Atlântico. “Detectamos tremor de 6,5 graus a mil quilômetros de Fernando de Noronha”, informa Daniel Caixeta, técnico da UnB.

Especialista em oceanografia geológica da UFF, o professor Alberto Figueiredo atribui a agitação marítima a ventos vindos da costa gaúcha, a 1.500 km do Rio, mas afirma que os tremores no Atlântico podem ter contribuído para o fenômeno no Rio: “É possível, sim. As ondas perdem energia, mas podem chegar a todo o oceano. Na época da tsunami (no Oceano Índico, em 2004), chegaram pequenas ondas à Baía de Guanabara”.

O especialista da Uerj observa que o fenômeno dos ventos vindos de frente fria no Sul é recorrente no Rio, mas a agitação dos mares como a de ontem é rara: “Só pode ser explicado por uma série de acontecimentos infelizes. Há décadas não ocorre. Em 30 anos aconteceu em duas ocasiões no Rio”. D’ávila afirma que os ventos formam uma espécie de “pólo difusor de ondas” que chegam “de frente para a Baía”.

Os ventos, afirma, podem explicar o fenômeno das ondas, mas não o avanço do mar no Aterro do Flamengo e o recuo na Zona Sul, visto na manhã de ontem. Figueiredo, por sua vez, tem outra explicação para o fenômeno constatado na orla. “Depois da tempestade em alto-mar, as ondas que chegaram ao litoral do Rio quebraram junto à praia e retiraram areia das partes mais profundas”.

Para a Marinha, a hipótese sismológica é descartada. “É fenômeno meteorológico. Os ventos ‘empilharam’ a água, as ondas aumentaram de tamanho e foram propagadas até a costa”, diz o tenente Leandro Machado, do Serviço Meteorológico Marinho, para quem a ressaca foi causada por ventos fortes.


O Estado de São Paulo Cerco deve atingir ONGs brasileiras
Proposta que inclui as entidades nacionais ainda está em fase inicial
Felipe Recondo, Brasília

O governo pretende estender para as organizações não-governamentais (ONGs) brasileiras que atuam na Amazônia o cerco que será feito às ONGs estrangeiras. A idéia é montar um arsenal jurídico que coíba a biopirataria, a influência sobre os índios e a ocupação irregular de terras na região.

Apesar de as ONGs estrangeiras não serem o único alvo do governo, devem ser elas as primeiras a ser afetadas por mudanças na legislação. Está mais avançada no governo a discussão sobre uma nova Lei do Estrangeiro que estabeleça como precondição para que as ONGs internacionais atuem na Amazônia uma autorização expressa do Ministério da Defesa, além da licença do Ministério da Justiça, como mostrou o Estado em sua edição de ontem.

A restrição às ONGs nacionais ainda está em estágio de diagnóstico. Somente depois de estudos do grupo de trabalho formado por integrantes do Ministério da Justiça, da Advocacia-Geral da União (AGU), da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Controladoria-Geral da União (CGU) é que uma minuta de projeto será elaborada.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, avisou que, 'se necessário', pode acionar a Polícia Federal para que essa fiscalização sobre as ONGs seja feita. 'Precisamos ter normas especiais para controlar a entrada de ONGs lá, principalmente estrangeiras, mas não somente as estrangeiras, todas as que façam trabalhos vinculados a outros interesses que não os definidos em seus estatutos', disse ele, ontem. 'Queremos fortalecer e prestigiar ONGs sendo muito rigorosos com elas e dando força para as que são autênticas', acrescentou.

O projeto da nova Lei do Estrangeiro está na Casa Civil da Presidência da República e será enviado ao Congresso até junho. Preparado pela Secretaria Nacional de Justiça, o projeto prevê multas que vão de R$ 5 mil a R$ 100 mil para estrangeiros que atuarem na Amazônia sem a devida autorização.

Pelos cálculos dos militares, existem no Brasil 250 mil ONGs e, desse total, 100 mil atuam na Amazônia. Outras 29 mil engordam o caixa com recursos federais, que somente em 2007 atingiram a cifra de R$ 3 bilhões.

Na semana passada, ao escancarar o descontentamento com a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, comandante militar da Amazônia, fez um alerta. Segundo ele, há ONGs internacionais estimulando os índios a lutar pela divisão do território nacional.

Heleno definiu a política indigenista do governo de Luiz Inácio Lula da Silva como 'lamentável, para não dizer caótica'. As declarações geraram irritação no Palácio do Planalto. O ministro Nelson Jobim, da Defesa, orientou Heleno a não falar sobre o assunto.


O Estado de São Paulo As ONGs não podem ser criminalizadas
Taciana Gouveia

Desde a sua fundação em 1991, a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais - Abong- possui um Regional na Amazônia, composto por um conjunto de ONGs nacionais que há muito trabalham na área. Estas organizações realizam inúmeros tipos de atividades e ações, sempre com um objetivo: a defesa dos direitos humanos no seu sentido amplo, ou seja, os direitos humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais. Estão também articuladas com muitas outras entidades, desde sindicatos rurais até comunidades eclesiais de base, presentes nos pontos mais remotos do imenso território.

Entre as milhares de pessoas direta e indiretamente envolvidas nessas iniciativas, estão os povos tradicionais da Amazônia. São ribeirinhos, quilombolas, indígenas, pequenos agricultores. Como é de conhecimento geral, são povos cujos direitos têm sido cerceados e transgredidos: têm suas terras tomadas por transnacionais, são vítimas de ameaças e assassinatos, assistem diariamente às ameaças à biodiversidade do rico e cobiçado meio ambiente da região.

As ONGs do campo Abong e entidades parceiras têm insistido nesses e em outros problemas, como a 'rapina e não plano de manejo' - ou o intenso desmatamento - que há muito ocorre na Região Amazônica e fato ressaltado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Rapina alvo de constantes denúncias também dos povos tradicionais, que poucas vezes têm sua voz escutada. Por isso, é necessário que haja um rigoroso controle social da ação desenvolvida por qualquer tipo de organização na Amazônia, seja ela pública, privada ou não-governamental. Entretanto, e mais uma vez, urge que o governo tenha parâmetros legais bem definidos, para que o controle de atividades ilegais na Região Amazônica não criminalize as organizações e os movimentos que têm lutado pelos direitos dos seus povos e realizado ações na direção de um desenvolvimento realmente sustentável e com justiça social.



O Estado de São Paulo Grande perigo é balcanizar Amazônia
General Luiz Gonzaga Lessa*

Há um grande perigo em gestação na fronteira Norte do País: a balcanização da Amazônia,, ou seja, a transformação daquela vasta região em algo semelhante ao que ocorreu no Kosovo, nos Bálcãs, com conseqüente risco à soberania brasileira. Este tema tem muito a ver com a tentativa de transformar toda aquela área, onde vive boa parte das nações indígenas brasileiras, em uma nação distinta do Brasil.

Isso tem muito a ver com a influência estrangeira sobre os índios, tema que está no fulcro do projeto apresentado pela Secretaria Nacional de Justiça. O pior é que este atentado não tem sido coibido pelo governo, que, obviamente, percebe o risco, mas tem se omitido e não de agora.

Esse perigo, sobre o qual temos alertado toda a sociedade brasileira há mais de dez anos, tem a ver com a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, aprovado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 13 de setembro de 2007. Essa declaração é quase o ato final de um persistente processo que, nos últimos 20 anos, tem sido levado a efeito por influentes e bem estruturadas organizações não-governamentais (ONGs).

Caso a Declaração venha a ser referendada pelo Congresso, ganhará força de emenda constitucional, conforme prevê a própria Constituição Lembro que a Lei Maior diz, no seu artigo 5.º, que tratados internacionais referentes a direitos humanos referendados pelo Congresso passam a valer como emendas constitucionais. Em tese, nada impediria que algum destes vários líderes indígenas, muito bem instruídos e preparados, declarasse a independência de sua 'nação', apartada do Brasil.

A se confirmar essa tendência, teremos retalhado o Brasil em 227 nações, com 180 diferentes idiomas. O crime contra o Brasil e sua soberania e unidade territorial terá sido perpetrado. Onde está a sociedade civil que não se manifesta?

* Comandante militar da Amazônia até 1998 e ex-presidente do Clube Militar


O Estado de São Paulo Navio com armas retorna à China
Embarcação iria para o Zimbábue, mas foi impedida de atracar

Após uma semana sem conseguir permissão para atracar em países do sul da África, um navio chinês, com armamentos encomendados pelo governo do Zimbábue, está retornando para a China. “A empresa decidiu enviar os componentes militares de volta para a China, na mesma embarcação”, disse ontem a porta-voz da chancelaria chinesa, Jiang Yu.

A embarcação chegou à costa da África da Sul há uma semana com 77 toneladas de munição, foguetes e morteiros de fabricação chinesa - carga avaliada em US$ 1,4 milhão.

Trabalhadores e líderes religiosos sul-africanos protestaram e impediram que o navio atracasse. Em seguida, o barco tentou entrar em outros países (como Moçambique e Angola), mas também não conseguiu.

O bloqueio contra o navio ganhou força nos países vizinhos do Zimbábue, que não costumam criticar abertamente o presidente Robert Mugabe. A pressão sobre o líder zimbabuano vem aumentando, pois ele se recusa a divulgar o resultado das eleições presidenciais do dia 29. A oposição afirma que seu candidato, Morgan Tsvangirai, venceu a votação.

Há fortes indícios de que as armas chinesas seriam usadas pelo governo em sua campanha para reprimir os opositores - enfraquecendo os partidários de Tsvangirai num possível segundo turno. Médicos zimbabuanos afirmam que mais de 300 opositores já foram atacados.

Ontem, os EUA fizeram seu mais duro ataque contra Mugabe desde as eleições. Em visita à África do Sul, a secretária para Assuntos Africanos, Jendayi Frazer, disse que Tsvangirai obteve uma “vitória clara” contra Mugabe.

“Esse governo está rejeitando a vontade das pessoas. Se elas tivessem votado para Mugabe, já teríamos o resultado”, disse a americana.

Jendayi também defendeu a proposta do premiê britânico, Gordon Brown, de impor um embargo internacional de armas contra o Zimbábue.


O Globo PÂNICO NA BAÍA
Costa é vulnerável a ondulações de sudeste
Mudança de direção faz mar entrar com força na Baía de Guanabara sem encontrar obstáculos, explica oceanógrafo
Tulio Brandão

As ondas que quase viraram o catamarã Zeus I são esporádicas, segundo especialistas. O fenômeno ocorre quando uma ondulação forte, provocada pelos ventos de um ciclone extratropical formado no Oceano Atlântico, próximo ao Rio Grande do Sul, chega ao Rio vinda de sudeste, o que facilita sua entrada na barra da Baía de Guanabara. Esta direção de onda também expõe à força do mar outros pontos da costa carioca, como a Praia de Copacabana e da orla de algumas cidades litorâneas do estado. Alguns especialistas, porém, dizem que a ondulação registrada ontem foi mais intensa.

O oceanógrafo Leonardo Marques da Cruz, da Prooceano, explica que a direção da onda foi determinante:

- A conformação da barra da Baía de Guanabara favorece a entrada da onda vinda de sudeste sem praticamente encontrar obstáculos. Além disso, o intervalo entre as ondas era de relativamente baixo para a ondulação, de 12 a 14 segundos. Ondulações com esse período demoram mais para sofrer influência do fundo (e variar a direção). Isso fez com que a ondulação se mantivesse limpa de sudeste até a entrada da Baía.

Para o oceanógrafo Rogério Candella, a diferença para outras ressacas vindas de sudeste foi a intensidade.

- O fenômeno em si não é tão raro, mas nem sempre chega com ondas fortes. Essa direção da ondulação afeta, além da baía, todas as áreas cuja costa segue a orientação nordeste-sudoeste, como as cidades litorâneas a partir de Arraial do Cabo. Nessas áreas, as ondas entram de frente - explica.

Como as praias do Leblon e de Ipanema são posicionadas no eixo leste-oeste, ficam menos expostas às ondulações de sudeste. Nessas áreas, portanto, a ressaca não foi tão forte

Segundo o oceanógrafo Rogério Fragoso, ondulações de sudeste atingem a cidade de duas a três vezes por ano, nem sempre com força. Já as Barcas S/A afirmam que há 30 anos não são registradas ondas deste tamanho na Baía de Guanabara.

A ressaca mudou a paisagem de lugares com águas normalmente tranqüilas como a Enseada de Botafogo, a Urca e Niterói, fazendo a festa dos surfistas. Ondas de até dois metros atingiram o calçadão e a pista das praias das Flechas e Icaraí. O calçadão da Praia de Boa Viagem virou uma arquibancada, tantos eram os curiosos. As ondas em Itapuca, Niterói, atraíram surfistas até da Barra da Tijuca, como o administrador de empresas Cristiano Gomes de Almeida, de 32 anos:

- Desmarquei meus compromissos só para aproveitar essa ondulação rara. As ondas estão perfeitas.

Monday, April 21, 2008

Correio Braziliense

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
Dia histórico no Paraguai
Depois de 61 anos do Partido Colorado no poder, ex-bispo oposicionista ganha a preferência do eleitorado do país
Os paraguaios viveram ontem a eleição mais marcante das últimas seis décadas, em que o país foi governado pelo Partido Colorado. Pela primeira vez, um candidato de oposição conseguiu tomar a dianteira no pleito. Todas as pesquisas de boca de urna apontaram a vitória de Fernando Lugo, da Aliança Patriótica para a Mudança (APC, sigla em espanhol). O início da apuração confirmava esse resultado. Com 69,5% dos votos apurados, o ex-bispo da Igreja Católica tinha 40,5% dos votos, enquanto a candidata do governo, Blanca Ovelar, contava com 31,19% da preferência dos eleitores, segundo balanço oficial divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Neste dia histórico, cometi a ousadia de virar presidente”, disse Lugo, comemorando a vitória. “Somente quero dizer uma frase muito curta: vocês são culpados da alegria da maioria do povo paraguaio no dia de hoje!”, disse ele a seus apoiadores e chamando todos os paraguaios a se unirem. Nos comitês eleitorais do candidato da oposição, o clima era de festa logo após todas as pesquisas de boca de urna confirmarem a esperada vitória de Lugo. O ex-presidente da República, Juan Carlos Wasmosy, logo reconheceu também a derrota do Partido Colorado, que considerou “catastrófica”. A pesquisa de boca de urna da consultoria First Análisis y Estudios colocou Lugo com 43% dos votos, seguido por Ovelar, com 37%. Uma segunda enquete, da ICA, apontou que a liderança de Lugo seria de 41,4%, enquanto a concorrente teria 37,9%. A boca de urna da GEO mostrou Lugo com 41,8% e Ovelar com 36,4%. Não há segundo turno nas eleições paraguaias. Vence o candidato que obtiver o maior número de votos. Lugo votou no município de Lambaré, nos arredores de Assunção. Na saída, o candidato afirmou que votou para “cumprir com seu dever de cidadão num dia histórico”. Ovelar, que é ex-ministra da Educação, votou num posto eleitoral em Assunção, enquanto o candidato Lino Oviedo votou em uma escola pública da capital. Ele teve de esperar quase uma hora para votar devido ao atraso de integrantes das mesas de votação. “É uma irresponsabilidade”, criticou. itaipu Conhecido como o “bispo dos pobres”, Lugo é adepto da Teologia da Libertação. Mas fez questão de evitar que a sua imagem fosse associada a de líderes esquerdistas do continente, como o presidente venezuelano Hugo Chávez. O ex-bispo católico defende a reforma agrária e quer renegociar os acordos energéticos que o Paraguai tem com a Argentina e o Brasil. Isso incluiria rever os termos do Tratado de Itaipu. A hidrelétrica produz energia que é dividida igualmente entre os dois países. O Paraguai, no entanto, só consome 5% da energia a que tem direito. O restante é vendido ao Brasil, a preços inferiores ao de mercado. Lugo quer elevar o valor recebido pelo Paraguai do governo brasileiro. O contrato, no entanto, só terminar em 2022. Lugo desligou-se da Igreja Católica para participar da campanha pela sucessão presidencial, em 2006, mas afirmou que pretende voltar à vida religiosa após cumprir um mandato como presidente. A supremacia do Partido Colorado começou durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989) e foi até o governo atual, do presidente Nicanor Duarte.
Folha de São Paulo

Porto opõe governo baiano e associação de turismo
Projeto deve ser instalado em área de preservação
MATHEUS PICHONELLICÍNTIA ACAYABA
O projeto de construção de um complexo portuário numa área de preservação ambiental de Ilhéus (a 429 km de Salvador) levou empresários do setor turístico e ambientalistas à Justiça contra o governo Jaques Wagner (PT).Eles afirmam que as obras vão causar prejuízos ambientais e culturais em um local para onde deveriam ser destinados apenas investimentos em preservação e ecoturismo.Numa área de 1.700 hectares dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) de Lagoa Encantada, já declarada como de utilidade pública para fins de desapropriação, o governo quer instalar um porto integrado a transportes rodoviário, aéreo, ferroviário e fluvial.A área, com remanescentes da mata atlântica, equivale a 2.480 campos de futebol."Inevitável"Argumentando que o desmatamento e a poluição do local serão "inevitáveis", a Atil (Associação de Turismo de Ilhéus), que reúne cerca de cem empresas, apresentou à 2ª Vara Civil de Ilhéus ação civil pública contra o Estado pedindo a nulidade do decreto. Marcelo de Campos, advogado da associação, afirma que, ao autorizar a desapropriação, Wagner não levou em conta normas ambientais.Na área, estavam previstos investimentos de R$ 623 milhões para a construção de imóveis. "Há projetos que têm 70% da propriedade nessa área desapropriada pelo governo", diz Robert Godoy, diretor da Atil.Com a medida, segundo o Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) de Ilhéus, a expansão imobiliária observada no local será "brecada".A APA da Lagoa Encantada foi criada em 1993. No site da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia, é descrita como área "prioritária para conservação".Segundo o engenheiro agrônomo Mário Pessoa, consultor ambiental de projetos técnicos na região de Ilhéus, um projeto como este afetaria mananciais, áreas de rios, espécies marinhas, manguezais e animais.O governo diz que as obras vão gerar até 10 mil empregos na cidade, o que, para a Secretaria de Turismo de Ilhéus, deve ser levado em consideração."Queremos que o ecoturismo se desenvolva, mas há muitos miseráveis em Ilhéus. O turismo, sozinho, não dá conta de trazer emprego e renda para todos. A [idéia de] sustentabilidade diz para você respeitar os bens naturais, mas também os humanos e econômicos", diz Santina Gonçalves, gestora de projetos da secretaria.O secretário do Meio Ambiente da Bahia, Juliano Souza Matos, diz que o local não é de proteção integral e, se forem levados em conta planos de manejo, o projeto pode ser liberado. Segundo ele, resistências são "prematuras" e turismo e porto podem "conviver".O governo tem pressa para iniciar as obras: quer instalar, até 2011, um complexo de mineração de ferro em Caetité (BA). Para escoar a produção, um mineroduto com 400 quilômetros ligaria a cidade a Ilhéus, onde o porto embarcaria 70 mil toneladas de minério por dia.
Folha on line

Continuam as buscas pelo padre Adelir de Carli
Desde o fim da noite deste domingo (20), barcos da Capitania dos Portos de São Francisco do Sul (SC) percorrem o litoral catarinense em busca do padre Adelir de Carli. De acordo com informações extra-oficiais do Corpo de Bombeiros da cidade, pelas coordenadas recebidas pela Capitania dos Portos o balão teria desaparecido em uma região próxima ao balneário de Penha (SC), que fica a cerca de 74 km de São Francisco do Sul. O padre havia saído da cidade de Paranaguá (PR) na manhã de domingo (20) e viajava preso a balões de gás hélio. Os ventos e o mau-tempo teriam desviado Carli de seu percurso, levando-o à costa catarinense. O último contato do padre foi feito por volta das 19h30 de ontem, quando falou com um oficial do Corpo de Bombeiros do município de Guaratuba (PR). A Capitania dos Portos de São Francisco do Sul iniciou as buscas por volta das 23h de domingo.
G1– Portal da Globo

Buscas por padre que voava em balões continuam
Adelir de Carli tentava bater recorde voando 20 horas consecutivas. Pedaços de balões foram encontrados no mar de São Francisco do Sul.
Com o auxílio de pescadores, embarcações da Marinha continuam à procura do padre Adelir Antonio de Carli, de 41 anos, que está desaparecido desde domingo (20) no mar de Santa Catarina. Nascido em Realeza (PR), Carli voa para promover as ações da Pastoral Rodoviária do Paraná, que faz missa nas estradas e dá apoio espiritual aos motoristas. (assista ao lado uma entrevista com Carli)Neste domingo, ele levantou vôo da cidade de Paranaguá (PR) com o objetivo de bater um recorde: voar por 20 horas usando balões de festa gigantes; por isso teria escolhido o dia 20. A intenção era realizar o pouso na cidade de Dourados (MS). No entanto, o mau tempo o teria levado em direção ao mar. Pouco antes da queda, equipes de resgate fizeram contato, via celular, com Adelir, que chegou a ficar a mais de 50 Km da costa. No final da tarde, pedaços de balões foram encontrados no mar de São Francisco do Sul, Litoral Norte catarinense. Antes de deixar o solo, Carli deixou uma mensagem: "Se o padre voa para ajudar os que rodam, por que você também não pode ajudar?". Neste momento, barcos da Capitania dos Portos vasculham o Litoral Norte de Santa Catarina. Vôo com cautela Em entrevista ao Fantástico, em março deste ano, o padre mostrou como se prepara para os vôos. Além de uma roupa térmica para suportar baixas temperaturas, um capacete e um pára-quedas eram usados para garantir a segurança do vôo. Segundo a reportagem, para erguer o padre e o equipamento que, juntos, pesam 200 quilos, são necessários cerca de 500 balões. Na entrevista, Carli falou sobre o vôo deste domingo. “Escolhi o dia 20 de abril porque é lua cheia e é uma alegria você poder observar e contemplar aquele luau espetacular. A noite vai ser muito clara”, previa.
Jornal de Brasília

EXÉRCITO
Estabilidade para mulheres
Carreira militar atrai mais de 5 mil profissionais do sexo feminino
Desde que passou a admitir mulheres entre seus quadros, em 1992, o Exército tem atraído cada vez mais profissionais do sexo feminino. Embora ainda sejam poucas, elas já estão inclusive nos pelotões responsáveis por vigiar e proteger as fronteiras.Entre os 180 mil militares da ativa, há hoje 4.660 mulheres – 3.603 do quadro temporário e 1.057 de carreira. No ano passado, 25 delas chegaram à patente de major. Isentas do serviço obrigatório, elas podem servir voluntariamente, mas para chegar a sargento ou oficial é preciso prestar concurso público nacional e freqüentar uma das escolas de formação. As que não pretendem seguir a carreira militar devem fazer estágio de adaptação de 45 dias e o contrato dura sete anos, no máximo.A tenente Glenda Farias Acácio é uma das oficiais temporárias que pensam em seguir carreira no Exército, onde ingressou em 2004, por meio de um convênio da Força com a universidade em que estudava. O interesse, diz ela, surgiu quando estagiou no setor de Odontologia do Hospital Geral de Belém (PA), administrado pelo Exército.“Foi meu primeiro contato com os militares, mas restrito aos profissionais da minha área. Eu não imaginava que iria seguir carreira, embora já tivesse vontade”, conta a tenente, hoje no 34º Batalhão de Infantaria de Selva, em Macapá (AP).Ao participar da seleção de candidatos, além da análise curricular e das entrevistas comuns a qualquer concurso público, Glenda teve de passar por um teste de aptidão física. Aprovada, ela foi designada para servir no Oiapoque (AP), onde passou um ano na 1ª Companhia de Fuzileiros da Selva de Clevelândia do Norte, a cerca de 15 minutos de barco da cidade. Além dela, só havia outra mulher entre os 225 homens responsáveis por vigiar a faixa de fronteira com a Guiana Francesa.Admitindo o medo inicial de se mudar para um lugar tão remoto, Glenda garante ter se sentido protegida e respeitada pelos colegas homens. “O que me dava segurança era saber que o Exército me dava a estrutura e o apoio de uma instituição séria”, diz a tenente. “Não tive nenhum problema e sempre fui respeitada. No início ficam todos querendo saber como vamos agir, mas, com o tempo, tanto eu fui me adaptando como os homens também se adaptaram ao fato de ter duas mulheres no batalhão”. A exemplo de outras mulheres, a tenente diz não ter sido poupada das obrigações militares. “Participamos de todas as atividades, inclusive das marchas pela selva”, explica.A Marinha também atrai as mulheres em busca de estabilidade profissional. É o caso da suboficial Sônia Brilhante Wanderley, a única mulher na Marcha Coluna e Centenário, do Corpo de Fuzileiros Navais que chegou esta semana a Brasília.
Jornal do Brasil

Redução em Reserva Legal pode ser de 50%
Mudanças no Código Florestal preocupam ambientalistas
Márcio Falcão
Sem muito alarde, deputados articulam na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara alterações no Código Florestal brasileiro. As mudanças que estão sendo costuradas deixam os ambientalistas em alerta. A principal preocupação é com os efeitos para as florestas do país. O ponto central prevê a redução, para fins de recomposição, da área de Reserva Legal na Amazônia de 80% para 50% nos imóveis rurais. A área de preservação pode ser reduzida para até 30% da propriedade, no caso de uso para plantio de espécies florestais com técnicas de manejo ambiental.Na Amazônia, atualmente, é lícito desmatar 20% de uma propriedade, o restante é considerado Reserva Legal, área protegida por lei. A proposta prevê ainda que as áreas florestais desmatadas na Amazônia poderão ser replantadas não apenas com espécies nativas, mas também exóticas, como dendê e outras plantas de uso comercial. Ambientalistas chamam o projeto de floresta zero, pois entendem que ele amplia e legaliza o desmate, e sustentam que a proposta atende aos interesses da bancada ruralista e do setor dos biocombustíveis.Os deputados da comissão, no entanto, negam qualquer pressão para aprovar a matéria e dizem que na realidade estão amarrando o desmatamento, uma vez que, mesmo que ocorra a ampliação das áreas já devastadas para exploração destinadas à agricultura ou à pecuária, não pode haver novas agressões. O relator do projeto, deputado Jorge Khoury (DEM-BA), rechaça a idéia de que as mudanças estimulam o desmatamento. Khoury argumenta que um dos objetivos é incentivar os proprietários de terra a recuperarem suas reservas legais mediante uma alternativa financeira.O deputado afirma que a medida que permite a plantação de espécie exóticas tem a aprovação da Embrapa.– Temos argumentos técnicos de que muitas espécies exóticas surgem de nativas e, portanto, não causam nenhuma agressão ao meio ambiente local – destaca Khoury.Outro ponto polêmico em discussão, mas que ainda não é consenso, estabelece uma definição mais branda para as áreas de proteção permanente (APPs). Pela proposta, somente áreas de mata atlântica acima de 850 metros de altitude seriam consideradas APPs. Valdir Colatto explicou que foi contra a aprovação do projeto do novo código por causa da definição legal sobre a Mata Atlântica, segundo a qual áreas com altitude acima de 850 metros devem ser de proteção permanente (APPs). Alguns parlamentares argumentam que a proposta descaracterizaria alguns territórios.– Com este novo critério para a regulamentação da Mata Atlântica, pretende-se fazer um ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente, dizendo que campos altos, que devem ser destinados às APPs, são aqueles com até 850 metros. Santa Catarina perderia 32% do seu território, se isso acontecesse – afirma o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).Sem forçaO relator acredita que esta sugestão não ganha força para ser aprovada, mas diz que ainda analisa as indicações dos deputados favoráveis.– Estamos trabalhando com cautela. A sociedade pode ficar tranqüila que não haverá prejuízos para algum para o nosso meio ambiente. Estamos tentando controlar uma situação que não tem como ficar pior – afirma Khoury.
Jornal do Brasil

Alívio em Belford Roxo, problema na Barra da Tijuca
Atendimento no Hospital da Aeronáutica cresce com transferência de tenda
Felipe Sil
A transferência de uma tenda de hidratação no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, para Belford Roxo, na Baixada Fluminense, significou um alívio para a população da Baixada Fluminense. Porém, ao mesmo tempo fez com que o número de pacientes com sintomas de dengue no Hospital de Campanha da Aeronáutica, na Barra, aumentasse em 50%. Enquanto no sábado o local recebeu 258 pessoas, ontem o estabelecimento improvisado das Forças Armadas quase teve a sua capacidade, que é de 400 pessoas, atingida.Com isso, o prazo final para o término das operações – 31 de maio – pode ser estendido. A expectativa da Aeronáutica era de que o número de pacientes diminuísse a tal ponto que o hospital pudesse ser fechado até antes do final do próximo mês.O segurança Fábio Zeferino da Silva, de 29 anos e morador do Pechincha, em Jacarepaguá, estava com dores no corpo e nos olhos, mas não pôde ir no local em que sempre era atendido.– Eu já tinha ido para a tenda de hidratação no Retiro dos Artistas algumas vezes e ali era diagnosticado. Como decidiram terminar com aquilo, agora vim para o hospital porque disseram que o trabalho é muito bom – diz.Queda interrompidaO aumento do atendimento no Hospital de Campanha da Aeronáutica interrompe a série de duas semanas seguidas de queda nos números de pacientes com sintomas de dengue no local. Nos primeiros dias de operação, o limite da capacidade do estabelecimento era atingido por volta de 12h. Ontem, nesse horário, o hospital só havia atendido 90 pacientes.No início do mês, 60% das pessoas por dia, em média, eram diagnosticadas com dengue. No no fim de semana, apenas 28% dos pacientes estavam realmente com a doença. A grande maioria, segundo os médicos, portava algum tipo de virose.– O número de pessoas que procuram os postos de triagem diminuiu consideravelmente desde o início das nossas operações aqui na Barra. Só que agora muitos que iriam para a tenda de hidratação de Jacarepaguá estão vindo para cá. Esse movimento, portanto, deve voltar a aumentar um pouco nos próximos dias – revela a tenente Fany Veiga, responsável pelos postos de triagem.O atendimento, segundo os pacientes, não foi afetado pelo maior número de pessoas com sintomas de dengue no hospital.– Meu filho está sendo muito bem tratado. Há três dias que ele está com febre, diarréia e manchas na pele – conta a vendedora Deise Oliveira dos Santos, de 18 anos e mãe de Caio dos Santos, de apenas 11 meses.Um detalhe curioso revelado pelas Forças Armadas é que o Hospital de Campanha da Aeronáutica já atendeu mais de 7 mil pessoas, o que corresponderia a mais de 10% dos atendimentos de dengue em todo o Estado do Rio de Janeiro.
Jornal do Brasil

Analistas militares ou marionetes do Pentágono?
Dossiê revela: governo tem manipulado cobertura jornalística americana
David Barstow The New York Times
No verão de 2005, o governo Bush enfrentou uma vigorosa onda de críticas sobre a polêmica prisão de Guantánamo. Em meio a novas denúncias de abusos contra os direitos humanos, especialistas eram convocados a ensaiar o fechamento do centro de detenção. Os peritos em comunicação do governo responderam rapidamente às críticas: logo colocaram um grupo de militares reformados em um jato, que voou para Cuba em um passeio cuidadosamente orquestrado.Para o público, esses homens são membros de uma fraternidade familiar, presentes milhares de vezes na TV e no rádio como "analistas militares", com experiência o bastante para dar sua opinião sobre os mais importantes assuntos da nação.No entanto, escondido por trás dessa aparente objetividade, há um verdadeiro aparelho manipulador de informações do Pentágono. Em outras palavras: esses analistas são usados em prol de uma cobertura jornalística favorável à performance da administração Bush nesses tempos de guerra, aponta um dossiê preparado pelo New Tork Times. O material revela 8 mil páginas de mensagens eletrônicas, transcrições e gravações que descrevem anos de reuniões secretas, viagens ao Iraque e ao Gantánamo, e um extenso relatório esmiuçando os pontos da operação do Pentágono.Esses registros mostram uma relação simbiótica, onde a habitual linha divisória entre governo e jornalismo foi apagada. Documentos internos do Pentágono muitas vezes se referem aos analistas militares como "multiplicadores da mensagem da Força" e "representantes", incubidos de propagar o discurso do governo para milhões de americanos, "na forma de suas próprias opiniões".O esforço, que começou durante a Guerra do Iraque e que continua nos dias atuais, tem tentado explorar lealdades ideológicas e militares, e também uma poderosa dinâmica financeira: a maioria dos analistas têm vínculos com as empresas do ramo militar, às quais muito interessam as diretrizes de guerra.Ao todo, são cerca de 150 militares contratados, seja como lobistas, executivos ou consultores. As empresas envolvidas abrangem pesos pesados da defesa, mas também pequenas companhias, todas parte de um vasto conjunto que arrecada centenas de bilhões de dólares nos negócios militares gerados pela administração da guerra e do terror. Trata-se de uma competição furiosa, na qual uma informação privilegiada é altamente valorizada.Cavalo de TróiaGravações e entrevistas mostram como a administração Bush tem usado o seu controle sobre a informação em um esforço para transformar os analistas em uma espécie de "mídia Cavalo de Tróia" – um instrumento destinado a plantar o terrorismo na cobertura de redes de rádio e TV.Analistas têm participado de centenas de sessões privadas com altos dirigentes militares, incluindo oficiais com significativa influência sobre contratações e questões orçamentárias, revelam as gravações. Eles também participaram de visitas ao Iraque e tiveram acesso a informações secretas.Vários analistas negaram veementemente que tenham sido cooptados ou que interesses comerciais tenham influenciado seus comentários na mídia. Alguns, inclusive, alegaram que têm usado seu espaço na imprensa para criticar a condução da guerra. Outros, no entanto, expressaram remorso por participar disso que consideram "um esforço para ludibriar o povo com uma propaganda disfarçada de análise militar independente".Enquanto isso, o Pentágono justifica seu envolvimento com os analistas militares afirmando que foram fornecidas somente informações factuais sobre a guerra.– Nossa intenção é apenas informar o povo americano – afirmou o porta-voz do Pentágono, Bryan Whitman.
O Estado de São Paulo

Lula e ONU querem conferência de emergência
Jamil Chade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ONU chegaram ontem a um acordo para a realização de uma conferência de emergência para discutir a situação no Haiti. Durante visita de Lula a Gana, o presidente brasileiro conversou durante uma hora com o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon. “Pedimos ao Brasil que continue comprometido no Haiti”, afirmou Ban. Ainda não há data nem local escolhidos para a conferência. A crise de alimentos levou a violentos protestos nas ruas da capital haitiana, Porto Príncipe, há algumas semanas. Em meio ao clima tenso no país, o Brasil teme que seus soldados sejam obrigados a reprimir a população do Haiti, o que poderia prejudicar a imagem da missão brasileira.